segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Fatores do Clima - Massas de Ar


As massas de ar são grandes porções de ar que apresentam condições internas de temperatura, pressão e umidade relativamente homogêneas, influenciadas pela região onde são formadas.

O local de formação da massa de ar é denominado região de origem, é neste local que a massa de ar irá adquirir suas características de temperatura, pressão e umidade. Portanto, uma massa de ar que se forma sobre uma superfície gelada, como a Antártida, apresenta características típicas dessa região, ou seja, temperatura baixa, alta pressão e pouca umidade. 

Ao se deslocarem, as massas de ar vão aos poucos, perdendo as suas características de temperatura, pressão e umidade originadas no momento de sua formação. Esse deslocamento ocorre sempre no sentido das altas pressões para as baixas pressões. 

                                                        BRASIL – MASSAS DE AR


Massa equatorial continental (mEc) – Originária da Amazônia ocidental – área de baixa latitude e muitos rios. É uma massa de ar quente, úmido e instável. Atinge praticamente todas as regiões durante o verão no hemisfério sul, provocando chuvas. No inverno, a mEc recua e sua ação fica restrita à Amazônia ocidental.

Massa tropical atlântica (mTa) – Também de ar quente e úmido, origina-se no atlântico sul. Atua na faixa litorânea e é praticamente constante durante todo o ano. No inverno, a mTa encontra a única massa de ar frio atuante no Brasil, a mPa, cujo encontro provoca as chuvas frontais do litoral nordestino. No Sul e Sudeste, o encontro da mTa com as área elevadas da serra do Mar provocam as chuvas orográficas.

Massa polar atlântica (mPa) – De ar frio e úmido. Atua principalmente no inverno. Em virtude das baixas altitudes da área central do território brasileiro (planaltos rebaixados), no inverno essa massa chega a atingir a Amazônia ocidental, e provoca baixa de temperaturas. Como dito acima, essa massa encontra a mTa no litoral do Nordeste no inverno, provocando as chuvas frontais.

Massa equatorial atlântica (mEa) – Massa de ar quente e úmido. Atua principalmente durante a primavera e o verão no litoral do Norte e Nordeste. Conforme avança para dentro do país, perde a umidade.


Massa tropical continental (mTc) – Origina-se na região do Chaco, Paraguai, que é uma zona de altas temperaturas e pouca umidade, que a torna a única massa de ar quente e seco. Também provoca um bloqueio que detém as massas de ar frio, mormente nos meses de maio e junho.

O Ouro Negro: o petróleo e os conflitos no Oriente Médio



Reservas de Petróleo no Mundo (antes de 2012)

ORIENTE MÉDIO E AS SETE IRMÃS: Empresas estadunidenses aparecem...
O Oriente Médio, logo após a Primeira Guerra Mundial, já era o maior produtor petrolífero do mundo e, por isso, despertava o interesse das grandes potências. Assim, os países europeus, interessados no petróleo e na posição estratégica da região, passaram a dominar a área. Houve, então, uma partilha dos países do Oriente Médio entre França e Inglaterra, que passaram a dominar as empresas de exploração de petróleo. Cerca de 90% da produção mundial passou para o controle de um cartel constituído por uma oligarquia de sete companhias petroleiras internacionais, conhecidas como as "Sete Irmãs", das quais cinco eram norte-americanas. São elas: Standard Oil of New Jersey, agora conhecida por Exxon; Standard Oil of California, agora Chevron; Gulf, agora parte da Chevron; Mobil e Texaco; uma britânica, British Petroleum e uma anglo-holandesa (Royal Dutch-Shell). 

CRIAÇÃO DA OPEP: Nacionalismo, Maior divisão dos lucros...
Com a qualidade de vida da população baixando, um forte sentimento de independência surgiu nos países árabes. Os produtores de petróleo passaram a pressionar as "Sete Irmãs" estabelecendo uma divisão de lucro de meio a meio e, em 1960, criaram a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), cujos países membros são: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Catar, Kuwait, Iraque, Líbia, Indonésia, Nigéria, Venezuela e Argélia, para organizar e fortalecer essa política de independência frente às grandes potências. Assim, a Opep conseguiu diminuir o poder das companhias petrolíferas internacionais e estabelecer total domínio sobre a produção e comercialização de seus produtos.
A Primeira Guerra Mundial veio demonstrar que o petróleo era imprescindível e estratégico para todas as nações que buscavam o progresso. As empresas europeias intensificaram as pesquisas em todo o Oriente Médio. Elas comprovaram que 70% das reservas mundiais de petróleo estavam no Oriente Médio e provocaram uma reviravolta na exploração do produto. Um tempo depois, países como Iraque, Irã e Arábia Saudita ganharam alto poder no jogo da produção petrolífera.

CRISES DO PETRÓLEO E CONFLITOS
E foi nesse contexto de domínio das reservas que aconteceram as três grandes crises do petróleo. A primeira foi em 1973, quando o mundo vivia uma época de crescimento industrial. As máquinas eram completamente dependentes do petróleo para funcionar. Se aproveitando dessa situação, os árabes, maiores produtores, entraram em conflito com Israel, país que contava com o apoio dos EUA (país que menos sofreu, porque tinha uma grande reserva de petróleo e porque os petrodólares eram investidos no mercado americano) e Europa. Como represália, os árabes decidiram boicotar o Ocidente, cortando a extração depetróleo em 25%. O preço do barril saltou de U$ 2,00 para U$ 12,00.
Na segunda crise, em 1979, além dos donos dos poços de petróleo (os árabes) mais uma vez reduzirem sua produção, conjunturas políticas externas fizeram com que o preço subisse violentamente, saltando para a casa dos U$ 40,00, provocando desespero nos países importadores de petróleo. Para sair dessa dependência, os países importadores passaram a desenvolver formas alternativas de combustíveis como o álcool, a energia nuclear e o carvão mineral. A exploração de jazidas de petróleo também se intensificou em muitos países.
Na terceira crise, houve então, a Guerra do Golfo em 1991, quando o Iraque invadiu e anexou o Kuwait, o que gerou um forte conflito. O motivo foi o baixo preço do petróleo no mercado mundial no início da década de 90, além do Iraque sintetizar uma dívida externa de US$ 80 bilhões. Foi então que Saddam Hussein bombardeou os poços de petróleo kuaitianos antes da retirada, acusando o país (Kuwait) de causar baixa no preço do petróleo, vendendo mais que a cota estabelecida pela OPEP. Toda essa história gerou uma grande especulação que fez com que os preços oscilassem, intensamente.

O CONFLITO IRÃ-IRAQUE
O conflito Irã Iraque começa em setembro de 1980 com a invasão do Irã e a destruição de Khorramshar, onde fica a refinaria de Abadã, por tropas iraquianas. O pretexto era o repúdio, pelo governo iraquiano, ao Acordo de Argel (1975), que define os limites dos dois países no Chatt-el-Arab, canal de acesso do Iraque ao golfo Pérsico.
O Iraque quer soberania completa sobre o canal e teme que o Irã sob Khomeini tente bloquear o transporte do petróleo iraquiano ao golfo Pérsico pelo canal. Khomeini havia sido expulso do Iraque em 1978, a pedido do xá Reza Pahlevi, e o presidente iraquiano, Saddam Hussein, dera apoio aos movimentos contra-revolucionários de Baktiar e do general Oveissi.
O novo regime iraniano apóia o separatismo dos curdos no norte do Iraque e convoca os xiitas iraquianos a rebelarem-se contra o governo sunita de Saddam. O Irã bloqueia o porto de Basra e ocupa a ilha de Majnun, no pântano de Hoelza, onde estão os principais poços petrolíferos do Iraque. Este bombardeia navios petroleiros no golfo, usa armas químicas proibidas e ataca alvos civis. Há pouco avanço nas frentes de luta, mas o conflito deixa um milhão de mortos ao terminar em 1988.
A incursão do Oriente Médio na dominação de suas produções de petróleo, principalmente a partir de 1973, trouxe junto muitas guerras, concentração de renda e aumento das desigualdades sociais. Os conflitos religiosos e territoriais, que sempre marcaram a região, se intensificaram com a questão do petróleo.
Um fato que agravou toda essa discussão foi Saddam Hussein ter passado a vincular a retirada de suas tropas do Kuwait com a criação de um Estado Palestino, fazendo crescer os conflitos entre judeus e palestinos em Israel. Os Estados Unidos se aliaram a Israel, para dominarem as fontes petrolíferas e avançarem no seu projeto de hegemonia mundial. Para isso, enviam, anualmente, mais de quatro bilhões de dólares para o país, além de transferirem armamentos e tecnologia militar e prestarem apoio político àquele Estado em todos os fóruns internacionais.

Desde então, o Oriente Médio se tornou palco de conflitos. O motivo da guerra está muito além das diferenças religiosas, passa pelo controle de fronteiras, de terras e pelo domínio de regiões petrolíferas.

RANKING DAS MAIORES RESERVAS PETROLÍFERAS EM 2010 (em bilhões de barris):
1 - Venezuela (296,5 bilhões)
2 - Arábia Saudita (264,5 bilhões)
3 - Irã (151,1 bilhões)
4 - Iraque (143,1 bilhões)
5 - Kuwait (101,5 bilhões)
6 - Emirados Árabes Unidos (97,8 bilhões)
7 - Rússia (79,4 bilhões)
8 - Líbia (47 bilhões)
9 - Cazaquistão (39,8 bilhões)
10 - Nigéria (37,2 bilhões)
11 - Catar (25,3 bilhões)
12 - EUA (19,1 bilhões)
13 - China (18 bilhões)
14 - Brasil (12,8 bilhões)
15 - Argélia (12,2 bilhões)